segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Nasa e ESA testam a primeira internet interplanetária


A Nasa mostrou que já é possível estabelecer, com sucesso, uma conexão de Internet entre a Estação Espacial Internacional e a superfície da Terra. Em um experimento recente, um astronauta conseguiu enviar comandos via rede para um pequeno robô na sede da ESA, a agência espacial europeia, na Alemanha.
Conexão de Internet com a Estação Espacial Internacional permitiu a astronauta comandar robô de Lego na Terra (Foto: Reprodução)Conexão de Internet com a Estação Espacial Internacional permitiu a astronauta comandar robô de Lego na Terra (Foto: Reprodução)
Muito mais do que um experimento, a iniciativa faz parte de uma série de manobras cada vez mais criativas da Nasa para buscar financiamento privado, sobretudo depois dos recentes e pesados cortes orçamentários sofridos pela agência. O robô utilizado na “brincadeira” era feito de Lego.
Além da parceria, que rende dividendos financeiros para a Nasa, há, também, o ganho científico e tecnológico. A Internet, na Terra, precisa driblar problemas técnicos muito mais simples do que uma conexão estabelecida no espaço.
Para transmitir dados com eficiência, a Internet interplanetária precisa funcionar num ambiente extremamente inóspito a qualquer tipo de conexão: há radiações pesadas cruzando o espaço, o Sol explode com regularidade, enviando emissões de partículas e energia que perturbam qualquer sinal de transmissão e até mesmo o formato do espaço-tempo tem potencial para comprometer uma transmissão.
Para equacionar essa série de variáveis, técnicos da Nasa criaram o protocolo DNT (sigla em inglês para Protocolo de Rede Tolerante à Interrupção), que é a base para a transmissão de dados entre a Terra e Marte, por exemplo. É assim que a sonda Curiosity recebe comandos diretamente da Terra.
Embora extremamente confiável, o protocolo esbarra num problema: ainda é muito lento. A conexão entre Estação Espacial e Terra se dá com velocidade de 1,42 KB/s, quando mesmo um plano básico de banda larga supera essa velocidade em centenas de vezes. Uma das possibilidades de resolver o problema da velocidade está no pesado investimento em novos satélites retransmissores dos sinais, algo fora de questão no curto orçamento da Nasa para o restante da década.

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